MARTIN LUTERO: VIDA E OBRA


Martim Lutero nasceu a 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben (Turíngia), sendo o primogênito do casal Hans Luther e Margarete Ziegler Luther. Foi batizado no dia seguinte com o nome do Santo do dia.

“Meu pai, em sua juventude, era um pobre mineiro; mamãe trazia toda a lenha para casa nas costas, sacrificando-se para nos poder educar. Sujeitaram-se a uma vida extremamente penosa. Meu avô e meu bisavô eram bons agricultores.”

No verão de 1484 a família mudou-se para Mansfeld onde, aos poucos, com árduo trabalho, melhorava seu nível de vida. Em 1497, Lutero foi matriculado na escola dum mosteiro em Magdeburgo e, no ano seguinte, continuou seus estudos na escola paroquial São Jorge, em Eisenach, onde viviam vários parentes seus. Custeava seu estudo em grande parte como integrante do coro, que cantava diante das casas da cidade, recebendo gorjetas e alimentos. Teve caridosa acolhida na aristocrática casa da Sra. Ursula Cotta. Em 1501 tornou-se estudante da Faculdade de Direito de Erfurt.

“Com zelo e penoso trabalho meus pais fizeram com que eu pudesse estudar e mantiveram-me no colégio com todo amor e fidelidade.”

Em 2 de julho de 1505, após convalescer de grave doença, retornando de casa para Erfurt, e estando perto da aldeia de Stotternheim, foi surpreendido por um temporal medonho. Um amigo, ao seu lado, foi morto por um raio. Foi nesta aflição que prometeu:


“ ‘Ajuda-me, Santa Ana, e me tornarei monge!’ – Mais tarde me arrependi este voto e muitos queriam dissuadir-me. Contudo, perseverei em meu propósito e convidei os dois melhores amigos para a despedida e para que, no dia seguinte, me levassem ao convento. Quando quiseram reter-me, disse-lhes: ‘Hoje me vedes pela última vez’. Então, com lágrimas no rosto, me acompanharam. Também meu pai muito se irou com minha promessa, mas fiquei firme em minha decisão. Nunca cogitei de abandonar o convento. Havia morrido completamente para o mundo.”

Assim, a 17 de julho de 1505, Martim Lutero ingressou no Convento dos Agostinianos Mendicantes, em Erfurt. Ordem das mais severas.

“É verdade, eu era um monge devoto e cumpri tão rigorosamente minha Ordem que posso dizer: Se é que um monge jamais entrou no céu por obras do monacato, também eu queria ter entrado. Tal fato testemunharão todos meus colegas que me conheceram. Pois, se tivesse continuado, ter-me-ia sacrificado até a morte com vigílias, orações, leituras e outro trabalho.”

Tendo sido ordenado sacerdote a 27 de fevereiro de 1507, Lutero celebrou sua primeira missa a 2 de maio do mesmo ano, aato para o qual seu pai compareceu com um cortejo de 20 convidados, reconciliando-se com o filho.

“Bem quis eu ser monge santo e zeloso, e com grande devoção preparei-me par a primeira missa e a oração. Mas, por mais devoto que eu fosse, me dirigia ao altar com dúvidas, duvidando me afastava, entravado pela ilusão de que não poderíamos orar nem seríamos ouvidos se não fôssemos absolutamente puros e sem pecado, como os santos do céu.”


Lutero teve um bom conselheiro e cura d’almas no vigário geral da Ordem dos Agostinianos, Johann von Staupitz. Foi ele quem indicou Lutero para professor de Filosofia na universidade de Wittenberg, em 1508.


“Se o Dr. Staupitz, ou antes, Deus, por intermédio do Dr. Staupitz, não me tivesse ajudado a sair ileso das tentações, eu me teria afogado nelas e me encontraria no fundo do inferno. “


Na Universidade de Wittenberg, Lutero continuou ao mesmo tempo o estudo da Teologia. Graduou-se Doutor em Teologia a 19 de outubro de 1512 e passou a dar preleções sobre exegese bíblica, quando proferiu o seguinte voto:


“Profiro publicamente um caro voto pela Sagrada Escritura e prometo, para a vida toda, estudá-la e pregar sua mensagem, e defender a fé cristã contra todos os hereges, por discussão e escritos. Que Deus me ajude.”

Em 1510-1511 Lutero teve a grata oportunidade de realizar uma viagem a roma, incumbido por sua Ordem. Na Cidade Santa ficou completamente desiludido em suas altas expectativas, voltando a Wittenberg profundamente revoltado pela vida duvidosa e os escândalos encontrados no Vaticano.

Ainda como professor de Teologia, Lutero era atormentado por dúvidas quanto à faculdade humana de tornar-se justo perante Deus mediante as boas obras (leia-se o hino “Cristãos, alegres jubilai”). Mas, em 1513, dedicado ao estudo bíblico em sua cela no Convento Negro dos Agostinianos, onde morava, reconheceu de repente o infinito alcance da verdade do Evangelho:

“‘Concluímos pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei’(Romanos 3.28). Agora eu considerava a escritura Sagrada de maenira diferente, e tornei-me alegre, como que renascido, sim, como se tivesse entrado pelos portais abertos do próprio paraíso. “

Por isso, pôde Lutero escrever numa carta, em 1516:

“Estuda o Cristo, a saber, o crucificado. Aprende a lhe cantar louvores, desesperando em ti próprio e dizendo: Tu, Senhor Jesus, és minha justiça, mas eu sou teu pecado. Levste sobre ti o que era meu e deste a mim o que é teu.”

Desenvolvia intensa atividade em Wittenberg.

“Preciso praticamente de dois escreventes e passo grande parte do dia escrevendo cartas. Sou pregador do Convento, sou consultado durante as refeições, querem que eu pregue diariamente na igreja do paço. Sou diretor de estudo, vigário de minha Ordem, isto é, onze vezes prior. Faço preleções sobre Paulo e junto matéria para preleções sobre os Salmos.”

Chegou o ano de 1517. Vejamos como Lutero narra os fatos decisivos que levaram à Reforma:

“Aconteceu no ano quando se escrevia 17, que um monge pregador de nome Tetzel, um grande berrador, carregava por aí as indulgências, gritando, e vendia graça a dinheiro, tão caro ou tão barato quanto podia. Naquele tempo eu era pregador aqui no mosteiro e jovem doutor, imbuído de ardente amor pela Escritura Sagrada. Observando que muita gente de Wittenberg corria atrás das indulgências, comecei a pregar, cautelosamente, que se poderia fazer algo melhor e de maior certeza do que adquirir indulgência. Então escrevi uma carta com teses ao Bispo de Magdeburgo, para que mandasse parar o Tetzel e o impedisse de pregar coisa tão inconveniente para que não resultasse em escâncalo. Mas não tive resposta. Portanto, minhas teses contra os abusos de Tetzel foram postas a público e em apenas 14 dias percorreram a Alemanha toda.”

A 31 de outubro Lutero afixou 95 Teses à porta da Igreja do Castelo em Wittenberg. Vejamos algumas teses:

 “1. Quando o nosso Senhor e Mestre jesus Cristo disse: ‘Arrependei-vos!’ ele quis que toda a vida dos crentes fosse um só arrependimento.

27. Pregam futilidades humanas quantos afirmam que, tão logo a moeda tinir na caixa, a alma se eleva do purgatório.

32. Serão eternamente condenados juntamente com seus mestres, aqueles que julgam obter certeza da salvação mediante cartas de indulgência.

36. Todo e qualquer cristão verdadeiramente compungido tem pelno perdão da pena e da culpa, o qual lhe pertence mesmo sem carta de indulgência.

50. Deve-se ensinar os cristãos que, se o Papa tivesse conhecimento das extorsões dos pregadores de indulgência, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

94. Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir seu cabeça, Cristo, através de padecimento, morte e einferno.

95. E assim esperem mais entrar no reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados mediante consolações infundadas.


A 7 de agosto de 1518 o Papa Leão X intimou Lutero em vão a responder processo em Roma dentro de 60 dias. Por fim, foi feito um interrogatório pelo Cardeal Caetano, em Augsburgo, a 12 de outubro de 1518.


“Permaneço firme. Seja feita a vontade do Senhor. Também em Augsburgo, mesmo no meio de seus inimigos, reina Cristo. Viva Cristo, morra Martinho.”


Em 14 de outubro, após infrutíferas discussões com o cardeal, Lutero deixou Augsburgo, antes que o pudessem prender.


“O cardeal não é um pensador lúcido e, por isso, tão impróprio para tratar deste assunto como o asno para tocar harpa. Sobre mim ele disse em Augsburgo:’Este irmão tem osolhos muito para dentro e, por isso, a cabeça cheia de fantasias.’ “


De 4 a 14 de julho de 1519 realizou-se uma disputa teológica entre Martim Lutero e Dr. João Eck, em Leipzig, onde Lutero chegou a declarar:


“Entre os escritos de Huss ( um pré- reformador queimado como herege pela igreja de Roma) há alguns perfeitamente cristãos e evangélicos. – A nenhum crente cristão pode-se impor algo além das Escrituras. – Também um Concílio pode errar.”

Com tais assertivas, tão verdadeiras, Lutero se colocou fora da Igreja do Papa, que condenara João Huss e ensinava serem infalíveis as decisões dos Concílios.

A 3 de outubro de 1520 foi entregue à Universidade em Wittenberg a bula de excomunhão da Igreja se não revogasse seus pontos de vista dentro de 60 dias. Seus livros deveriam ser queimados. Em 10 de dezembro de 1520 Lutero queimou a bula junto à porta de Wittenberg, em público, juntamente com o Direito Canônico e outros documentos romanos.

“Por teres destruído a verdade de Deus, o Senhor hoje destrua a ti nesta fogueira.”

Em 1520 vieram a lume as primeiras importantes obras da Reforma: 1) “Do Cativeiro Babilônico da Igreja”; 2) “Da Liberdade Cristã”; 3) “A Sua Majestade Imperial e à Nobreza Cristã na Alemanha, Sobre a Renovação da Vida Cristã” ; 4) “Sermão sobre as Boas Obras”.


“O cristão é um livre senhor de todas as coisas e não submisso a ninguém – pela fé. O cristão é um servidor de todas as coisas e submisso a todos – pelo amor.

As boas obras não fazem um bom cristão, mas um bom cristão faz boas obras.”


A 6 de março de 1521, Lutero foi intimado a comparecer perante a Dieta Imperial em Worms, sendo-lhe assegurado salvo-conduto.


“Ainda que houvesse em Worms tantos demonios como há telhas sobre as casas, contudo lá entrarei.”


Estando perante a Dieta e o próprio Imperador Carlos V, justificando sua causa, Lutero declarou ao final:

“Não posso nem quero retratar-me a menos que seja convencido de erro à base de palavra bíblica ou por outros argumentos claros da razão; porque não é aconselhável agir contra a consciência. Aqui estou; de outra maneira não posso. Que Deus me ajude! Amém.”


A seguir, Lutero foi proscrito pelo Imperador. Qualquer que o encontrasse no país, poderia matá-lo. Os fiéis cavaleiros do príncipe eleitor da Saxônia, Frederico, o Sábio, simpatizante de Lutero, tramaram um assalto na floresta perto de Eisenach, sendo Lutero levado a salvo parao Wartburgo, a 4 de maio de 1521. Ali, em dezembro do mesmo ano, Lutero iniciou a tradução da Bíblia para o alemão à base dos originais hebraico e grego. Em setembro de 1522 foi publicado o Novo Testamento.

“Deve-se perguntar à mãe no lar, às crianças na rua, ao homem simples na feira e observar-lhes a boca para ver sua linguagem e então traduzir.”

Em 1524 foram publicados 24 hinos escritos por Lutero, bem como o livro dos Salmos em alemão.

A 13 de junho de 1525 Lutero, tendo 42 anos, casou-se com Catarina von Bora, de 26 anos, ex-freira que, em 1523, com 8 colegas, abandonara o Convento dos Cistercienses e vivia na casa do burgomestre de Wittenberg. Foi oficiante da cerimônia João Bugenhagen, pároco de Wittenberg, sendo testemunhas Justo Jonas, prepósito da igrejado Castelo e Lucas Cranach, burgomestre de Wittenberg. O casamento foi festejado em público no dia 27 de junho, ato ao qual compareceram também os pais de Lutero. Na ocasião, o príncipe-eleitor Frederico, o Sábio, doou aos cônjuges o Convento dos Agostinianos com dependências.


“É algo maravilhoso a aliança e a comunhão entre homem e mulher. Catarina, tens um marido caridoso, que te ama, és rainha. Guarda tal atitude para com teu esposo que este, retornando ao lar, fique alegre ao ver a cumieira da casa.”


Em 1526 nasceu-lhes o primogênito, Hans; depois Elisabeth (1527), Madalena (1529), Martinho (1531), Paulo (1533) e Margarete (1534).


“Pela graça de Deus fui abençoado com um matrimônio extremamente feliz... Meus Deus, o matrimônio não é algo natural ou corporal, mas é uma dádiva divina, proporcionando a vida mais doce, sim, a vida mais casta, melhor que o celibato... Havendo estas três coisas no matrimônio: fé, filhos e sacramento, então é sumamente feliz.

As criancinhas não se preocupam; Deus lhes concede a graça de preferir comer cerejas do que contar dinheiro e dar maior valor a uma boa maçã do que a uma flamante moeda de ouro. Não perguntam pelo preço do cereal, pois confiam em seu coração que terão o que comer. Vivem na fé sem empecilho e nisso são mais eruditas do que nós, tolos; crêem na Palavra da maneira mais ingênua sem discutir ou duvidar.”

O ano de 1527 trouxe a Lutero muito sofrimento em corpo e alma, acompanhado de dúvidas quanto a sua missão. Nesta época compôs o mais conhecido hino da Reforma:
“Deus é castelo forte e bom...
A minha força nada faz...
Se inúmeros demônios vem...
O Verbo eterno vencerá...”

Enquanto em Augsburgo, em 1530, se realizava outra Dieta para julgar a questão evangélica, Lutero, excomungado e proscrito, não pôde lá comparecer. A causa da Reforma foi defendida por seu auxiliar e amigo Filipe Melanchton. Foi ele quem redigiu e entregou na Dieta, a Confissão de Ausgburgo, endossada por Lutero. Ele próprio, enquanto isso, permaneceu no Forte Coburgo, onde escreveu na parede em versículo do Salmo 118, muito estimado por ele:

“Não morrerei; antes viverei, e contarei as obras do Senhor.”

Fato dos mais importantes para a consolidação da Reforma também foi a publicação da Bíblia inteira em língua alemã, em 1534.

“Agora tendes a Bíblia em alemão; agora quero terminar de trabalhar, pois tendes o que deveis ter. Contudo cuidai de usá-la devidamente depois de minha morte. Não a percais, lêde-a com zelo e sob temor de Deus e oração. Pois se ela fica florescendo e é usada corretamente, tudo está bem e se desenvolve de maneira feliz.”

Grande luto envolveu o lar de Lutero em 1542 quando, na idade de 13 anos, faleceu sua filha Leninha.

“Amo-a tanto; mas, querido Deus, se for de tua vontade, de bom grado quero sabê-la junto de ti. Querida esposa pensa só para onde ela vai. Querida Leninha, haverás de ressuscitar e brilhar como uma estrela, sim, como o sol.”

Os últimos três anos de sua vida esavam repletos de trabalho, pressentimentos de morte e cuidados pelo destino do Evangelho e de sua pátria. Em fins de janeiro de 1546 acompanhado por três filhos e seu amigo Justo Jonas, Lutero viajou para Eisleben a fim de conciliar os nobres de Mansfeld num conflito sobre a cidade de Neustadt. Os debates estenderam-se até 17 de fevereiro. Lutero pregava aos domingos, em sua cidade natal, na Igreja de Santo André. Disse em sua última prédica 4 dias antes de morrer sobre Mateus 11.25-30.


“Isto e muito mais haveria de dizer sobre este Evangelho; mas estou por demais debilitado. Que isto baste.”


Martim Lutero faleceu na madrugada de 18 de fevereiro de 1546, em Eisleben. Foi esta sua última oração:


“Meu amado Pai celestial, Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Deus de toda consolação, agradeço-te po me teres revelado teu amado Filho Jesus Cristo, no qual tenho fé, o qual foi por mim pregado e testemunhado, ao qual amei e rendi louvores. Rogo-te, meu Senhor Jesus Cristo, toma sob teus cuidados minha pobre alma. Oh! Pai celestial, se bem que devo deixar este corpo e ser arrebatado desta vida, sei com certeza que eternamente poderei ficar contigo e ninguém poderá arrebatar-me de tuas mãos. Amém.

Perguntou-lhe Justo Jonas: Reverendo pai, quereis perseverar em Jesus Cristo e na doutrina como a pregaste? Lutero respondeu claramente: “Sim”. Adormeceu 15 minutos depois com um profundo suspiro. Trasladado para Wittenberg, Martim Lutero foi sepultado a 22 de fevereiro de 1546 ao lado do púlpito onde tantas vezes pregara, na Igreja do Castelo, em cujas portas havia fixado suas teses, dando início à Reforma.

“Os corpos dos cristãos descansam na sepultura e dormem até que venha Cristo e bata no túmulo dizendo: Acorda, levanta, Martim Lutero, e vem cá pra fora! Haveremos de ressuscitar em um momento, como dum sono suave, e agradável para viver com Cristo, o Senhor, em eterna alegria.”

Martin Lutero: As 95 Teses de Martinho Lutero

As 95 Teses de Martinho Lutero

Com um desejo ardente de trazer a verdade à luz, as seguintes teses serão defendidas em Wittenberg sob a presidência do Rev. Frei Martinho Lutero, Mestre de Artes, Mestre de Sagrada Teologia e Professor oficial da mesma. Ele, portanto, pede que todos os que não puderem estar presentes e disputar com ele verbalmente, façam-no por escrito.
Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amém.
1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.
4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.
6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoados os casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações, a culpa permaneceria.
7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.
11. Essa cizânia de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais quanto menor for o amor.
15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.
16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança.
17. Parece necessário, para as almas no purgatório, que o horror devesse diminuir à medida que o amor crescesse.
18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontrem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.
19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza disso.
20. Portanto, por remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
27. Pregam doutrina mundana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa[1], pode aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas, como na história contada a respeito de São Severino e São Pascoal?
30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.
31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.
32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Ele.
34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.
35. Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência, estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão.
36. Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem remissão plena tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de indulgência.
37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem carta de indulgência.
38. Contudo, o perdão distribuído pelo papa não deve ser desprezado, pois – como disse – é uma declaração da remissão divina[2].
39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar simultaneamente perante o povo a liberalidade de indulgências e a verdadeira contrição.[3]
40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, ou pelo menos dá ocasião para tanto.[4]
41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.[5]
42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.
43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.[6]
44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.
45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.
46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.
47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.
48. Deve ensinar-se aos cristãos que, ao conceder perdões, o papa tem mais desejo (assim como tem mais necessidade) de oração devota em seu favor do que do dinheiro que se está pronto a pagar.
49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.
50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto – como é seu dever – a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extorquem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.
52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.
53. São inimigos de Cristo e do Papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.
55. A atitude do Papa necessariamente é: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.
56. Os tesouros da Igreja, a partir dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.
59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.
60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem estes tesouros.
61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos especiais, o poder do papa por si só é suficiente.[7]
62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63. Mas este tesouro é certamente o mais odiado, pois faz com que os primeiros sejam os últimos.
64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é certamente o mais benquisto, pois faz dos últimos os primeiros.
65. Portanto, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.
66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.
67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tais, na medida em que dão boa renda.
68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.
70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbidos pelo papa.
71. Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.
72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.
73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,
74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram fraudar a santa caridade e verdade.
75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.
76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados venais no que se refere à sua culpa.
77. A afirmação de que nem mesmo São Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o Papa.
78. Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc., como está escrito em I.Coríntios XII.
79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insigneamente erguida, eqüivale à cruz de Cristo.
80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes sermões sejam difundidos entre o povo.
81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil nem para os homens doutos defender a dignidade do papa contra calúnias ou questões, sem dúvida argutas, dos leigos.
82. Por exemplo: Por que o papa não esvazia o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas – o que seria a mais justa de todas as causas –, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica – que é uma causa tão insignificante?
83. Do mesmo modo: Por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?
84. Do mesmo modo: Que nova piedade de Deus e do papa é essa que, por causa do dinheiro, permite ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, mas não a redime por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta por amor gratuito?
85. Do mesmo modo: Por que os cânones penitenciais – de fato e por desuso já há muito revogados e mortos – ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?
86. Do mesmo modo: Por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos mais crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
87. Do mesmo modo: O que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à plena remissão e participação?
88. Do mesmo modo: Que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações cem vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências, outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?
90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e fazer os cristãos infelizes.
91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.
92. Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo "Paz, paz!" sem que haja paz!
93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz![8]
94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno.
95. E que confiem entrar no céu antes passando por muitas tribulações do que por meio da confiança da paz.
[1517 A.D.]


Notas Finais:

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*Originalmente publicado em: Revista Espaço Acadêmico – Nº 34 – Março de 2004 – ISSN 1519.6186. Edição revista e estudo introdutório ampliado. Agradeço muito a leitura atenta e a sugestão de revisão do reverendo Günter M. Pfluck (Passo Fundo–RS), em 10 de setembro de 2008.

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[1]Lutero refere-se à caixa de coleta de rendas oriundas da venda de “cartas de indulgência”. (Vide Tese 36)
[2]Observa neste trecho o quanto a postura de Lutero não é cismática, mas reformadora, pois reconhecia, pelo menos em 1517, o papel do Papa como intercessor.(Vide Teses 61, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 83, 84, 87, 89, 90, 91)
[3]No século XVII, Gregório da Mattos Guerra(1633-1696) voltaria, com sarcasmos, a este tema em seu poema-missiva “A Jesus Cristo Nosso Senhor”: Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado./Da vossa clemência me despido,/porque, quanto mais tenho delinqüido,/vos tenho a perdoar mais empenhado./.../Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada./ Cobrai-a e não queirais, pastor divino,/perder na vossa ovelha a vossa glória. (MATOS, Gregório de. Poemas Escolhidos. São Paulo, Cultrix, 1976. p. 297).(Vide Teses 44, 49, 67, 76, 84, 93)
[4]Lutero é marcadamente agostiniano e, por isso, insiste no valor pedagógico do castigo, na utilidade do sofrimento, no recurso necessário aos métodos repressivos – tanto em matéria de fé quanto de política.(Vide Teses 94, 95)
[5]Em 1525, Lutero afirmaria abertamente que condenada estaria toda a obra que não nascesse do amor, no sentido da “charitas” de Cristo, o que significava que a “obra” concebida como “cálculo de indulgência” não teria o menor efeito, mesmo porque não caberia ao homem julgar a fé de outrem, pois somente Deus conheceria o que se passava no coração dos homens. O efeito disso, diferentemente do tom ainda conciliador de 1517, era tornar a instituição eclesiástica completamente desnecessária para reger o “mundo interior” do cristão.(Vide Teses 47, 48, 49, 51, 52, 53, 55, 57, 58, 65, 66)
[6]Esta tese tem dois alvos: em âmbito geral, a elite nobre e não-nobre alemã que desperdiçava recursos em encomendas de missas ou patrocínio de igrejas às custas da miséria ou exação de seus subordinados; em âmbito particular, o Cardeal Alberto de Brandeburgo(1490-1545). Para ter sua confirmação para o Arcebispado de Mayence em 1514, Alberto tinha que conseguir uma soma considerável e enviá-la para Roma. Para tanto, ele fez um empréstimo e o assentou, com autorização papal, sobre a arrecadação das indulgências vinculadas à construção da Basílica de São Pedro em Roma. Segundo o acordo entre Alberto e o Papado, metade do arrecadado iria para a construção da basílica e a outra metade para Alberto quitar suas dívidas provenientes da investidura no arcebispado. No final das contas, o Papa teria o conjunto das rendas de Brandeburgo vinculadas às indulgências.(Vide Teses 46, 47, 48, 50, 51, 52, 55, 56, 59, 65, 66, 82, 83, 85,  86, 88)
[7]Vide Tese 38.
[8]Com tal imprecação, Lutero espera uma reforma moral da Igreja e seu rebanho, o que significava a interiorização da fé, da contrição e da “charitas”.(Supra notas “3” e “5”)

Novo Nascimento- A conversa com Nicodemos; João 3:1-15

                            
1. Havia um homem dentre os fariseus, chamado Nicodemos, chefe dos judeus.
2. Este veio ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: "Rabbi. sabemos que és mestre vindo da parte de Deus, pois ninguém pode fazer essas demonstrações que fazes se Deus não estiver com ele'.
3. Jesus respondeu-lhe: "Em verdade, em verdade te digo. que se alguém não nascer de novo (do alto) não pode ver o Reino dos céus".
4. Perguntou-lhe Nicodemos: "Como pode um homem nascer sendo velho? Pode porventura entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e nascer"?
5. Respondeu Jesus: "Em verdade, em verdade te digo, que se alguém não nascer de água e de espírito não pode entrar no Reino de Deus;
6. O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do espírito é espírito.
7. Não te maravilhes de eu te dizer: é-vos necessário nascer de novo (do alto):
8. O espírito age onde quer, e ouves sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai: assim é todo aquele que nasceu do espírito".
9. "Como pode ser isto"? , perguntou-lhe Nicodemos.
10. Respondeu-lhe Jesus: "Tu és o mestre de Israel e não entendes estas coisas?
11. Em verdade, em verdade te digo que falamos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não recebeis nosso testemunho?
12. Se vos falei de coisas terrenas e não me credes, como crereis se vos falar de coisas celestiais?
13. Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, a saber, o Filho do Homem.
14. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,


15. Para que todo aquele que nele crê, tenha a vida futura".

Soteriologia

Soteriologia 

Grego sōtērion "salvação" do Soter "salvador, preservador" + logos "estudo" ou "palavra,
é o estudo das doutrinas religiosas de salvação , que são uma característica de várias religiões. Salvation theory occupies a place of special significance and importance in some religions. teoria da Salvação ocupa um lugar de especial significado e importância em algumas religiões.

 No campo acadêmico de estudos religiosos , a soteriologia é entendido por especialistas como significando um tema-chave em um número de diferentes religiões, e muitas vezes é estudada em um contexto comparativo, ou seja, comparando várias idéias sobre o que é salvação, e como ele é obtido.

Livros do Novo Testamento


Evangelhos
·       Mateus

·       Marcos

·       Lucas

·       João


Livro Histórico

·       Atos dos Apóstolos


Cartas (Epístolas )

·       Romanos

·       I Coríntios

·       II Coríntios

·       Gálatas

·       Efésios

·       Filipenses

·       Colossenses

·       I Tessalonicenses

·       II Tessalonicenses

·       I Timóteo

·       II Timóteo

·       Tito

·       Filemon

·       Hebreus

·       Tiago

·       I Pedro

·       II Pedro

·       I João

·       II João

·       III João

·       Judas

DICAS PARA UMA BOA LEITURA BÍBLICA



A leitura:

    a. Pedir inspiração para o Espírito Santo;
    b. Ler livro por livro;
    c. Fazer um esforço mental;
    d. Ter disciplina;
    e. Ter perseverança;
    f. Dedicar um tempo ao estudo do Novo Testamento;
    g.  Ler várias vezes;
    h. Ler todo o Novo Testamento.

Algumas perguntas que poderão ajudar em seu estudo:

   1. Qual é o assunto principal?
   2. Quem são as pessoas principais?
   3. O que é que o trecho diz a respeito de Cristo?
   4. Qual é ou quais são o(s) versículos chave(s) ou principal(is)?
   5. Qual é a lição central?
   6. Quais são as principais promessas?
   7. Quais são os mandamentos principais?
   8. O que devo evitar?
   9. Qual o exemplo que o texto apresenta?
  10. O que há neste trecho que eu mais preciso aplicar em vida?

Sugestão de roteiro para a leitura e estudo:

   1. 1ª Carta de São João
   2. Evangelho de São Marcos
   3. Evangelho de São João
   4. Carta aos Gálatas
   5. Carta aos Efésios
   6. Carta aos Filipenses
   7. Carta aos Colossenes
   8. 1ª e 2ª Carta aos Tessalonicenses
   9. 1ª e 2ª Carta a Timótio
  10. Carta a Tito
  11. Carta a Filêmon
  12. Evangelho de São Lucas
  13. Atos dos Apóstolos
  14. 2ª Carta aos Coríntios
  15. 1ª Carta aos Coríntios
  16. Evangelho de São Mateus
  17. Carta aos Romanos
  18. Carta aos Hebreus
  19. Carta de São Tiago
  20. 1ª e 2ª Cartas de São Pedro
  21. 2ª e 3ª Cartas de São João
  22. Carta de Judas
  23. Apocalipse

O que é discipulado?


Uma das maiores bênçãos da vida e da eternidade é ser contado como um dos discípulos fiéis do Senhor Jesus Cristo.
Uma grande multidão seguia o Salvador enquanto Ele ensinava na praia do Mar da Galiléia. Assim, para que mais pessoas pudessem ouvi-Lo, Ele entrou no barco de Pedro e pediu que o afastassem da terra firme. Depois de falar, disse a Pedro, que havia pescado a noite toda sem sucesso, que entrasse no lago e lançasse a rede na parte profunda. Pedro obedeceu e apanhou tantos peixes que as redes se romperam. Pedro chamou seus companheiros, Tiago e João, para que o ajudassem. Todos ficaram assombrados com o número de peixes que pegaram. Jesus disse a Pedro: “Não temas; de agora em diante serás pescador de homens”. Lucas depois diz: “Levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o seguiram”.1 Tornaram-se discípulos do Senhor.

A palavra discípulo e a palavra disciplina vêm da mesma raiz latina — discipulus, que significa aluno. Salienta a prática e o exercício. Autodisciplina e autocontrole são características próprias e sempre constantes dos seguidores de Cristo, como exemplificado por Pedro, Tiago e João que realmente “deixaram tudo, e o seguiram”.

O que é discipulado? É principalmente obediência ao Salvador. O discipulado inclui muitas coisas. É castidade, dízimo, noite familiar e guardar todos os mandamentos. É abandonar tudo o que não é bom para nós. Tudo na vida tem um preço. Considerando a grande promessa do Salvador, de paz nesta vida e vida eterna no mundo vindouro, vale a pena pagar o preço do discipulado. É um preço que não podemos nos dar ao luxo de não pagar. Se fizermos uma comparação, os requisitos do discipulado são muito poucos em relação às bênçãos prometidas.

Os discípulos de Cristo recebem um chamado de não somente abandonarem a busca às coisas do mundo, mas também de carregarem sua cruz diariamente. Carregar a cruz significa cumprir Seus mandamentos e edificar Sua Igreja na Terra. Também significa autodomínio.2 Como Jesus de Nazaré nos instruiu, “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”.
 “E qualquer que não levar a sua cruz , e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.”

Oração: Como ensinar Crianças a Orar


Objetivo:
Ensinar suas crianças a orar com mais facilidade e naturaliade.
Como orar?
Que palavras utilizar?

Leitura Bíblica: Romanos 8:26-27
Você vai precisar de Bíblias para as crianças. Leiam em voz alta o texto de Romanos 8:26-27

Então peça às crianças que contem momentos em que tiveram dificuldades em saber como (ou o que) orar.
Divida o grupo em duplas.

Diga a elas que esta passagem nos ajuda a entender que nós sempre podemos orar, mesmo que não saibamos o que dizer. Peça então que cada um diga a sua dupla alguma coisa que o está preocupando. Quem ouviu, então, coloca esta preocupação numa oração (pode ser apenas uma frase - ex.: se o primiro disse que tem uma prova difícil na escola, o segundo pode orar algo como "Querido Deus, ajude o João a entender o que ele está estudando, e lhe dê calma no momento da prova. Amém").
Depois invertem-se os papéis.

Quando as duplas terminaram de orar, pergunte como se sentiram, se acharam fácil orar assim, o que eles podem fazer quando estão inseguros sobre que palavras usar e como orar, etc..

Encerre com oração - cada um do grupo deve orar por alguma outra pessoa - pode ser do próprio grupo ou outros conhecidos, família, etc..

Você também pode pedir que cada um escreva seu nome e uma preocupação num papel. Depois as crianças sorteiam entre si os papéis e durante a semana devem orar pela pessoa e preocupação cujo nome está no papel.

Oração: Prática do crente


Ser discípulo de Jesus não significa freqüentar uma igreja, ter hábitos religiosos, exercer funções na igreja, praticar os dons ministeriais e espirituais etc. Ser discípulo significa principalmente conhecer a Deus.” A vida eterna é está: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.(João 17:3).
Conhecer é manter uma relação pessoal.
Deus é uma pessoa, não uma força cósmica, não um ser disforme, uma energia positiva, nem uma entidade que se materializa para satisfazer a necessidade humana. Deus é personalidade perfeita!
O propósito divino, desde a eternidade, foi criar um ser á sua imagem e semelhança para manter permanente relacionamento com ele.E isso acontece através da oração relacional, que é um interpessoal , a comunicação entre homem e Deus.
A oração não é uma elaboração limitada á mente humana; também não é mera verbalização das necessidades humanas, nem repetição de palavras, por isso não é reza.
A oração tem princípios que devem ser considerados:

1- Oração no Espírito
“Orar no Espírito é depender da ajuda do Espírito Santo, para pedirmos conforme a vontade de Deus.” E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segunda a sua vontade, ele nos ouve “.(l João 5:14)
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”. (Romanos 8:26).Orar no Espírito é orar á vontade de Deus, é orar segundo Deus.

2- Oração com sensibilidade.
É sentir á necessidade das pessoas, orar com compaixão, com amor, como fazia o nosso senhor Jesus Cristo ( Lucas 19:41-44).
A Bíblia recomenda: ”Levai a carga uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6:2).

3- Oração com fé operosa
O intercessor deve ser uma pessoa de fé, a fé torna eficaz a oração e deve precedê-la.A fé reivindica a promessa divina e certifica-se da resposta.É a fé que faz a oração se movimentar em direção ás promessas.
“Tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis”. (Mateus 21:22).

4- Perseverança
Devemos ser perseverantes em nossas orações, a falta de perseverança pode impedir a vitória completa.
Perseverar é saber aguardar o tempo de Deus, Jesus ensinou a persistência na oração contando duas parábolas:- amigo importuno (Lc.11:5-8)- o juiz iníquo (Lc.18:1-8).
Os heróis da fé tiveram bom testemunho porque eram perseverantes (Hebr. 11:39).
J.Blanchard escreveu: “A espera da resposta a uma oração, muitas vezes faz parte da resposta”.

5- A quem deve ser dirigida à oração
Jesus ensinou que nossa oração deve ser dirigida a Pessoa de Deus Pai em seu nome.
A Oração eficaz envolve o Deus-trino.
-O Pai ouve e depois responde;
-Jesus nosso sumo-sacerdote, ajuda-nos diante do Pai;
-O Espírito filtra, guia nossas orações intercede com gemidos inexprimíveis.
Portanto oremos com responsabilidade, sinceridade, porque a oração é um meio maravilhoso colocado pelo nosso Deus, para cumprirmos seus propósitos.
A oração é a linguagem da fé, do espírito e através dela poderemos ter a essência do caráter de Cristo.
A oração prova a si mesma, se alguém quer conhecer as suas virtudes, ore observando seus princípios.
Estamos vivendo em tempos difíceis com o avanço do secularismo, racionalismo, esoterismo, satanismo etc.
Precisamos que o Espírito Santo nos conduza á prática da oração.
Charles Spurgeon escreveu: ”A oração é uma arte que só o Espírito Santo pode nos ensinar”.
Martinho Lutero escreveu:” A oração é o suor da alma”.
Vicente de Paulo: “A oração é a alma das nossas almas. O que a alma é para o corpo é a oração para a alma”.

Moda Evangélica


As mulheres que desejam adotar um figurino discreto sem perder a elegância devem apostar nas combinações da moda evangélica. Esse estilo  de se vestir tem feito sucesso com o público feminino, em especial as mulheres tímidas que não desejam transparecer muita sensualidade na composição do visual.
A moda evangélica não é careta ou ultrapassada, ela pode ser definida como contida, com características que valorizam a beleza feminina sem exageros. As peças de roupa que seguem esse paradigma normalmente são confeccionadas com tecidos leves, abusam das cores suaves ou neutras e também do acabamento com motivos românticos (babados ou estampa floral). Não é somente as mulheres religiosas que estão adotando o figurino, outros grupos da sociedade estão aderindo a moda.
As roupas femininas moda evangélica abrem mão do estilo ousado, como o uso de decotes insinuantes ou transparências. A calça comprida e o short curto também são deixados de lado, dando preferência aos vestidos e saias. Peças com estruturas fluidas, acabamento delicado e cores pastéis devem fazer sucesso durante os próximos meses. A aposta em estampas florais também pode ser uma forma de romper a seriedade do look.
As mulheres religiosas e que seguem a risca os ensinamentos da igreja devem se informar sobre as tendências moda evangélica 2010-2011, a temporada reserva muitas novidades para esse estilo. Peças discretas, com novas costuras e caimento leve chegarão com o objetivo de renovar o visual das religiosas.
Como as roupas evangélicas não realçam a sensualidade feminina, é necessário que a costura seja trabalhada, dando preferência aos tecidos fluidos para tornar as peças mais atuais. As saias moda evangélica 2010  adotam recortes diferentes para romper com a seriedade do look religioso, ainda que o comprimento chegue abaixo do joelho. É importante lembrar que as saias estampadas destacam a feminilidade sem que isso seja um motivo para tornar a mulher sensual.

Os vestidos moda evangélica 2010-2011 apostam nas estampas florais para a confecção, um recurso que promete acrescentar delicadeza as peças. O comprimento abaixo do joelho torna a mulher sofisticada e não gera desconforto. Caso o vestido não apresente estampas ou mantenha uma cor neutra, é válido apostar no uso de acessórios, como colares e cintos. Confira fotos da moda evangélica 2010-2011:
                                                    
     
                                                                       
                                                                                                             

Educação Religiosa: Como educar os filhos através da Bíblia

A Bíblia
e a Educação dos Filhos
Deuteronômio 6: 1-9

É comum hoje vermos muitos pais desorientados
quanto à educação de seus filhos.

A maioria se vê perdida diante de uma filosofia que propõe
uma educação mais aberta. O que fazer? Como educar os filhos, de maneira que não sejam reprimidos sem, no entanto,
deixá-los sem correção?

Apesar de não existir uma fórmula mágica para criar filhos,
a Bíblia Sagrada, em situações como essa, tem um padrão
equilibrado de instruções quanto à criação
de filhos.  Vejamos.

 

I - EDUCANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO,  1Tm. 4: 12
Quando a Bíblia nos convida a sermos bons cristãos, ela estampa diante de nós o grande exemplo de vida de Jesus. Seus ensinos foram eficazes na formação do caráter de seus seguidores porque ele vivia aquilo que ensinava. Devido à manifestação dessas qualidades na vida dos discípulos, em Antioquia eles foram chamados, pela primeira vez, de cristãos, At. 11: 26.

Muitos casais frustram-se na educação de seus filhos por causa de suas próprias incoerências. O conflito entre o que é ensinado e o que é, de fato, praticado leva os filhos a rejeitar, ainda que inconscientemente, suas técnicas educacionais. A falta de exemplo no ensinamento faz com que os pais percam a autoridade sobre seus filhos e, muitas vezes, provoca neles a ira, Ef. 6: 4.

Somente as atitudes de pais fíéis, norteadas pelo Espírito Santo, podem ser base sólida, que permitam educação exemplar, influenciando a conduta de seus filhos.

II - EDUCANDO COM DISCIPLINA

Numa sociedade tão liberal e permissiva como a nossa, a palavra disciplina não soa tão bem. Afinal de contas, segundo o que se prega hoje fora da igreja, todos são livres para fazer o que desejam, e ninguém pode impor limites à liberdade alheia, ainda que isso signifique libertinagem. Tal conceito tem atingido em cheio os lares. Por um lado, pais que têm medo de insistir com seus fílhos; por outro, filhos que desconhecem limites.

Essa maneira de educar, no entanto, tem feito psicólogos e orientadores refletirem, baseados nos resultados obtidos. E alguns deles reconhecem que a disciplina é necessária. “Para viver em um clima de segurança, a criança precisa também de regras” (Revista Veja - “Família, pais e filhos com hora marcada”, edição de julho/97).

1. O que a Bíblia nos ensina sobre a disciplina de filhos?

a) Disciplina significa treinamento para agir de acordo com regras estabelecidas, Pv. 22: 15. Os filhos precisam aprender que em todos os segmentos existem regras, normas, horários que devem ser cumpridos;

b) Disciplina significa correção. O texto de Ap. 3: 19 mostra o relacionamento de Jesus com uma igreja rebelde. Mas, apesar de ser rebelde, Ele a amava e, por isso, a corrigia;

c) Disciplina significa imposição de limites, Pv. 25: 28. Qualquer liberdade sem limite é prejudicial. É preciso que se estabeleçam limites, e que estes sejam reconhecidos por todos.

d) Disciplina tem resultados positivos. A correta e firme disciplina trará sabedoria aos filhos, descanso aos país, Pv. 29: 15-17, e livrará do inferno, Pv. 23: 13-14

2. O mau uso da disciplina.

Não se pode usar a disciplina incorretamente porque os prejuízos serão terríveis. Quando os pais dão ordens aos filhos e não esclarecem suas razões, quando são incoerentes, exagerados; quando agridem, espancam os filhos, estão sempre em discórdia e disciplinam os filhos sem motivo, esse mau uso da disciplina poderá vir a formar filhos desrespeitosos e revoltados.

III - EDUCANDO FILHOS PARA DEUS

A boa educação e instrução do lar resultará no aperfeiçoamento do caráter dos filhos, no relacionamento sadio da família, num grande benefício para a sociedade como um todo. Mas o grande objetivo é levar a família a Deus, Js. 24: 15. Por isso, os alvos dos pais devem ser coerentes com os alvos de Deus. Os pais que sentem essa responsabilidade agem da seguinte maneira:

a) Levam seus filhos à casa de Deus e os apresentam ao Senhor.
Ana, preocupada com a crise ministerial de seus dias, e pelo fato de não ter condições de gerar filhos, orou insistentemente ao Senhor, 1Sm. 1: 11. Quando seu filho, Samuel, nasceu, foi rapidamente apresentado a Deus em cumprimento do voto feito por sua mãe, e tornou-se um dos maiores vultos da Bíblia Sagrada, 1Sm. 1: 26-28.  Assim também, José e Maria fizeram com Jesus, Lc. 2: 21-24, conforme a prescrição da Lei, Lv. 12: 6-8 e Êx. 13: 2.

b) Ensinam aos filhos a Palavra de Deus, Dt. 6: 6-7 e 32: 46.
Para que o ensino seja eficaz é necessário que esta Palavra esteja, primeiro, no coração dos pais, v. 6. Esse ensino deve ser contínuo, v. 7.  A Palavra deve ser ensinada dentro de casa, nas caminhadas, nas viagens, na hora de deitar-se e de levantar-se.

c) Testemunhar dos feitos de Deus, Sl. 78: 4. 
Falar daquilo que Deus tem feito é uma maneira de estimular os filhos a crer no grande poder de Deus.

Livros da Bíblia no Antigo Testamento

 Os cinco primeiros livros da Bíblia são chamados de Pentateuco. Para os judeus, esses livros são chamados de Torá. Neles encontramos desde a criação do mundo até a Lei de Deus dada por Moisés ao povo de Israel.

Todos os livros foram escritos por Moisés com datas que variam de 1445 a 1405 a.C.
    * Gênesis
    * Êxodo
    * Levítico  
    * Números
    * Deuteronômio

Os livros históricos narram a história do povo de Israel na conquista da palestina, a terra prometida.
Histórias de grandes Reis como Davi e Salomão, as guerras entre o povo israelita e os povos inimigos de Deus, entre outros.
O estudo desses livros é importante para termos uma melhor compreensão não só sobre os conflitos atuais entre Israel e Palestinos, bem como quem é Israel e o que ele representa para as demais nações do mundo.
    * Josué
    * Juízes
    * I Samuel
    * II Samuel
    * I Reis
    * II Reis
    * I Crônicas
    * II Crônicas
    * Esdras
    * Neemias
    * Ester

Livros Poéticos
O termo poético é devido ao gênero desses livros. São compostos por Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão.

O livro de Jó traz um grande exemplo de paciência e esperança em Deus. Salmos é repleto de louvores que expressam a grandeza e a misericórdia de Deus. Provérbios e Eclesiastes são livros que contém ensinamentos e conselhos para nossa vida.
    * Jó
    * Salmos
    * Provérbios
    * Eclesiastes
    * Cantares de Salomão

Livros proféticos
Há uma divisão dos livros proféticos em profetas maiores e profetas menores. Esta divisão é feita com base no tamanho da obra e não na relevância ou importância deles. Também não é levando em conta a importância da mensagem, já que todos foram inspirados pelo Espírito Santo, ocorre que os profetas maiores, profetizaram mais ou deixaram mais escritos sobre as suas profecias.
Profetas maiores
    * Isaías
    * Jeremias
    * Lamentações
    * Ezequiel
    * Daniel

Profetas menores
    * Oséias
    * Joel
    * Amós
    * Obadias
    * Jonas
    * Miquéias
    * Naum
    * Habacuque
    * Sofonias
    * Ageu
    * Zacarias
    * Malaquias

Geografia Biblica: Mar Vermelho

MAR VERMELHO:

Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; e os seus escolhidos príncipes afogaram-se no Mar Vermelho. Êxodo 15:4
Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água. Êxodo 15:22

É um golfo do oceano Índico entre a África e a Ásia. 

Ao sul, o mar Vermelho comunica com o oceano Índico pelo estreito de Bab el Mandeb e o golfo de Aden. Ao norte se encontram a península do Sinai, o golfo de AqaDa e o canal de Suez (que permite a comunicação com o mar Mediterrâneo).


O mar Vermelho tem um comprimento de aproximadamente 1 900 km, por uma largura máxima de 300 km e uma profundidade máxima de 2 500 metros na fossa central, com uma profundidade média de 500 metros, sua água tem um percentual de salinidade de 40.

Bíblia: Uma Verdade Inerrante

Inerrância bíblica é a doutrina segundo a qual, em sua forma original, a Bíblia está totalmente livre de contradições, incluindo suas partes históricas e científicas. A inerrância distingui-se da doutrina da Infalibilidade bíblica a qual assegura que a Bíblia é inerrante quando se fala de assuntos de fé e de sua prática e não em relação à história e ciência.


História da doutrina da inerrância

Conforme um artigo na "Theology Today" publicado em 1975, "Além de ter longos periodos na história da igreja em que a inerrância bíblica não foi uma questão crítica. Ela foi um fato notável de modo que apenas no final de dois séculos podemos falar em legítimar uma doutrina formal da inerrância. Os argumentos pró e contra tem enchido muitos livros, e quase qualquer um pode juntar-se no debate." [2]

Nos anos 70 e 80, porém, o debate entre círculos teológicos, que se centralizaram na questão de ser ou não a Bíblia infalível ou tanto infalível ou inerrante, veio a luz. Alguns seminários notáveis, assim como o Princeton Theological Seminary e o Fuller Theological Seminary, formalmente adotaram a doutrina da infabilidade, assim rejeitaram a doutrina da inerrância.

O outro lado desse debate focalizou amplamente a revista "Christianity Today" e o livro intitulado "The Battle for the Bible" por Harold Lindsell. O autor asseverou que, o que prejudicou doutrina da inerrância da Escritura foi the thread that would unravel the church. Conservadores regeitaram essa idéia, concoradndo que uma vez que um homem ignora the ultimate truthfulness of the Bible, então nada pode justificá-lo.[1]

O contexto da inerrância

Muitas denominações acreditam que a Bíblia é inspirada por Deus, o qual através dos atos humanos é o autor divino da Bíblia. Isto é expressado na seguinte passagem da Bíblia:

"Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, redarguir, corrigir e instruir na justiça (2 Timóteo 3:16)"

Muitos que acreditam na inspiração da escritura ensinam que ela é infalível. Aqueles que defendem a infalibilidade acreditam que aquilo que dizem as Escrituras em matéria de fé e prática cristã é totalmente útil e verdadeiro. Algumas denominações que ensinam que na infalibilidade os detalhes da história e/ou ciência tornam-se irrelevantes para as questões de fé e prática cristã, podem conter erros. Aqueles que crêem que a inerrância deve compreender a comunidade científica, dados geográficos, históricos e detalhes dos textos manuscritos originais são totalmente verdadeiras e sem erros.

A base da crença

A base bíblica desta crença é encontrada nos escritos do apóstolo Paulo. Ele argumenta que em Gênesis 3:15, quando Deus abençoou a semente de Eva, o gênero e número da palavra semente estava no masculino, signicando que a benção era para um único salvador e não uma nação inteira de descendentes como tem sido comumente ensinado. Isto marca um precedente, trazendo abaixo a interpretação da inerrância usando o sentido literal das palavras. Jesus encarando uma multidão também seguiu o mesmo padrão ao dizer que cada "jota e til" tem o mesmo valor por hoje e sempre (Mat 5:18).

A base teológica da crença é, em forma simples, que Deus é perfeito, a Bíblia, como palavra de Deus, deve também ser perfeita, assim, livre de erros. É o que pode ser visto na seguinte passagem:

Primeiro do Velho Testamento:

"A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma, o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos. O temor do senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e também justos" (Salmos 19:7-9)

Do Novo Testamento:

"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (João 17:17)

Isto deve ser visto como uma evidência que a verdade é o que é, e mentiras ou inverdades consistem do que não é. Pode-se ver ainda mais claramente que a palavra de Deus é soberana sobre todos através da seguinte passagem:

"...que Deus seja verdadeiro e todo homem mentiroso..." (Rom 3:4)

Os que são a favor da inerrância bíblica também ensinam que "Deus usou as diversas personalidades e estilos literários dos escritores" dos manuscritos mas a inspiração Deus os guiou para impecavelmente projetar sua mensagem através de sua própria linguagem e personalidade. Infabilidade e inerrância se referem aos textos originais da Bíblia. E enquanto estudiosos conservadores reconhecem o potencial erro humano na transmissão e tradução, traduções modernas são consideradas representações fiéis dos originais.

Em seu texto sobre o assunto, Geisler & Nix (1986) aclamam que a inerrância da escritura é estabelecida pelo número de observações e processos, que incluem:

a precisão histórica da Bíblia;

as passagens bíblicas que afirmam sua própria inerrância;

a história da Igreja e sua tradição;

a experiência individual com Deus.

 
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